domingo, 8 de março de 2009

Há cada mania...

Chegada a altura com mais burburinho nos ginásios lá decide a Nita ir procurar um. Sabendo que há dos mais em conta, quase uma pechincha, até aos mais carotes ou afamados, ela faz a dita prospecção de mercado. E toca de começar pelos mais afamados. Afinal de contas, a fama deve brotar de algum lado. E lá está ela a imaginar, condições fantásticas, muitíssimas aulas, tratamento VIP, conforto, resultados estrondosos, tal e coiso e coiso e tal! Bem, fantástico!
Lá vai ela toda aperaltada saber os preços e fazer a tipica visitinha. Ora há claro alguns pormenores que se destacam da bela visão que tinhamos antecipado. Ora são as filas intermináveis para tirar uma senhazita para uma aula, ou os baleneários que de tão bons nem seuquer são mostrados, ou a pessoa que reclama incessantemente na recepção, enfim... Parece-me que não será o melhor quadro para quem quer descontrair um pouco e deixa lá couro e cabelo todos os meses.
Depois essa classe mais alta está associada a uma denominação muito curiosa, o health club. Mas que raio de coisa é essa? Uma estrangeirice, na minha terra quer dizer um clube de saúde, que na verdade não é mais que um ginásio com algumas mariquices...
Descobri também que nalguns desses ditos health clubs (credo, quase que uma pessoa se cospe a proferir tal palavrão) é preciso contrair um crédito para efectuar a inscrição, porque caso não o faça, a sua inscrição é mais avultada. Oh que fofos, até reduzem a mensalidade e tudo!
Claro que quem fala em inscrição fala também em jóia. Pensam vocês, 25 euros no máximo... Oh pois claro, acrescentem-lhe mais um zero à direita! Curiosamente como tive o prazer e grande sorte de ir lá naquele preciso dia seria oferta, nem mais, por conta da casa!
Claro que ainda seria beneficiada pelo conceito de livre trânsito, que diga-se em bom português era pagar para não usar. Quem é que no seu perfeito juízo se vai enfiar 7 dias por semana num ginásio? Mais uma artimanha para sacarem a nota ao pessoal.
E depois ainda há a treta do contrato, os 12 meses e tudo mais. pelo que vi por aquelas bandas ainda não passou o afamado Simplex. São 3-15 dias para me inscrever no ginásio.
Ainda há uma particularidade. Eu quando penso em ginásio penso numas sapatilhas, um qualquer fato de treino, rabo de cavalo e lá vai ela "para a malhação". Qual quê? A maioria do pessoal que lá anda está bem artilhadoda cabeça aos pés, parece que a atitude fit lhes trespassou para a roupa. É tudo dos mais chique, da última colecção da S.Gaiteira! Ora essa. Não há que fazer má figura no ginásio e ir para lá maltrapilho!

Decidida a não cometer loucuras e estravagâncias finórias. Sim porque no mínimo ia pagar 69 aéreos, isto na moeda antiga equivale a uns 14 contos. Ainda é dinheiro. Por isso pensei, "miúda pega lá no teu estaminé e vai para outra freguesia"!

sábado, 7 de março de 2009

Há coisas do arco da velha!

Há dias em que se não tivessemos acesso aos meios de comunicação social seríamos mais saudáveis mentalmente. Senão vejamos:

- "Ministério pede desculpa por erros em computador Magalhães": Sim porque pior que o Sr. "José Jorge", o novo herói nacional (que ainda há de ser condecorado no 10 de Junho), é quem dá credibilidade a uma pessoa com a 4ª classe para fazer uma tradução. Oh mas é claro, nem é cá em Portugal que existem inúmeros professores no desemprego... Foram os olheiros do Ministério da Educação que seleccionaram este apto emigra a educar a juventude cá da terra. Parabéns por que se habilitou a ganhar um lugar nas novas oportunidades, ou se quiser, nouvelles possibilités!

- "Ministério manda retirar "software" do Magalhães com erros de português": Caso os iluminados do ministério não saibam não é preciso mandar tirar nada, primeiro que tudo, qualquer miudo actualmente sabe apagar um programa do computador, não é preciso fazer uma formação para adquirir essa competência! Segundo, o programa agora vai ser um must, qualquer um vai querer tê-lo, foi o melhor anúncio que poderia ter feito.

- "Paulo Portas acusa directora regional de Educação do Norte de não saber escrever ": Não sei porquê tanto celeuma à volta da questão acerca do e-mail enviado à presidente do conselho executivo agrupamento de escolas Território Educativo de Coura sendo que a remetente afirma "Não me pronuncio sobre essas coisas. Acho ridículo". Ora e acha muito bem minha senhora (ou deverei dizer dra.?) por que eu pelo menos concordo consigo! Como é que alguém com tão má construção frásica e expressão escrita tem o seu cargo? E esta hein?

E-mail enviado: "Sendo certo que muitos docentes não se aceitam o uso dos alunos nesta atitude inaceitável, acompanharemos de muito perto a defesa do bom nome da escola, dos professores, dos alunos e de toda uma população que muito tem orgulhado o nosso país pela valorização que à escola tem dado"

- Grupo parlamentar PS admite que algumas medidas "não correram muito bem": Ora fartos de verdades de La Palice andamos nós não é?

- "PJ/Porto desmantelou grupo que assaltava residências": Tou a ver é que estes nunca mais desmantelam os gajos que nos andam a gamar diariamente, mas enfim...

- "Governo promete campos relvados em todo o Alentejo": Que éramos tratados como uns jumentos já nós sabíamos, agora cultivar relvados no Alentejo? Não sei porquê mas parece que quando passo a fronteira não vejo campo relvado algum... Que estranho...

Vale a pena ler...

Aqui vai um artigo que dá que pensar...

" Está bem... façamos de conta
Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos."

Mário Crespo in JN, 9 de Fevereiro de 2009