sábado, 26 de abril de 2008

Saídas inteligentes!


Uma coisa bastante importante tem andado a escapar aos dentistas... Se eu fosse dentista e tivesse um consultório privado gostaria de ter um negócio rentável, que tivesse uma agenda repleta de marcações. Para além de colocar publicidade nos media seria importante controlar dois factores que poderão intervir no sucesso do meu consultório, isto é, dando algo para fazer (espetando uma pilha de revistas cor-de-rosa) aquelas pessoas que na sala de espera e que se divertem a relatar os mais tenebrosos tratamentos dentários "Ai tinha eu treze anos quando o brutamontes do dentista se enganou e espetou a seringa da anestesia na minha língua e depois partiu-me o maxilar a puxar um dente" ou ainda o must "Tinha um quisto tão grande que até teve de me serrar o osso"! Para que o silêncio não fosse tão constrangedor seria importante introduzir figurantes na sala de espera para que passassem por vulgares utentes mas que relatassem agradáveis experiências passadas. Mais ainda, porque há sempre aqueles parvinhos que na cadeira do dentista se lembram de mandar um berro de modo a afugentar de vez os tristes que estão na sala de espera, seria decisivo insonorizar o consultório como se de uma sala de gravação se tratasse!

E como nem sempre os tratamentos são livres de mazelas e caras mais ou menos inchadas, deveria existir uma porta de saída diferente e oposta à porta de entrada para que aqueles que aguardam pela sua consulta não se cruzassem com os portadores de queixadas mais doridas! Isso sim, uma verdadeira saída inteligente!

Estátuas


Variadíssimas vezes temos assistido a inaugurações de bustos e estátuas, nalguns casos a derrubes das mesmas (mas isso já é outra história!)... Por norma estas estátuas são erguidas posteriormente à morte da pessoa que representam! Não será curioso e intrigante? A resposta parece-me bastante simples, se os sujeitos pudessem comparar a sua estátua com outras iríamos estar perante um valente sarilho! Suceder-se-iam os processos em tribunal, as difamações e encrencas! Seria pior que encerrar algumas pessoas frente a um espelho de modo a conhecerem-se já que delas andaram tão afastadas.

Melhor que isto só mesmo estátuas que representem mulheres! Já estou a imaginar o diálogo de uma personalidade com o artista "Querido desculpe mas importa-se de pôr um bocadinho mais de rimmel e acentuar as minhas joviais maçãs de rosto?". Depois na inauguração teríamos uma crise histriónica porque a realidade havia sido bem conseguida! E tudo o que isso acarreta, as rugas, a derme mais flácida e as varizes mais visíveis... Aliás, não seria nada chique para que constituísse um exclusivo da Lux, essa grande revista do socialite português... Do quê?

A juntar a isto teríamos uma rara tranformação de um ser terrestre em marciano prestes a ser bombardeado pelas terríveis pombas... Espectáculo nada digno de ser constatado por alguém em vida, diga-se de passagem!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Surrealismo no supermercado...


Eu por vezes ponho-me a pensar e chego à triste conclusão de que a minha definição de supermercado deve ser diferente da de muito boa gente. Para mim é somente um local onde posso adquirir os mais variados bens de consumo, não me traz nada de novo nem me apraz... Tenho descoberto que para muitos representa uma montra onde se passeiam e encenam as mais diversas farsas... Se alguns passeiam como se numa biblioteca estivessem a apreciar os mais dignos best-sellers, outros creem passear-se perante uma 5th avenue...

A par está a bela passeata de família em que diversas gerações encetam uma marcha barulhenta pelos corredores. Existe também o jet 7 que busca pelos mais selectos gourmets e os miúdos parentificados que levam os papás às compras.

Nalguns supermercados localizados no cerne da urbe povoam as mais fantásticas criaturas capazes de rivalizar com as mais soberbas peças de teatro. Não há nada mais belo que apreciar a vida tal como ela é, nada mais belo que vislumbram os pobres e enfermos idosos a transformarem-se em jet li ou rambo do Minipreço. A picardia pode iniciar-se por uma mísera alface e perdurar durante um longo percurso até ao desfecho na caixa. Ora já que falo na caixa posso passar logo para a aprazível espera na fila para pagar... Existem sempre aquelas pessoas fantásticas com pensamento mágico. Pensamento mágico porque acreditam que se chegarem mais à pessoa que está à sua frente (colando-se às suas costas até se ouvir a respiração e toda a chusma de micróbios a saltarem contentes por uma nova casa) a fila andará mais depressa... Porém, quando a pessoa que a precede não faz o mesmo jogo inicia-se a desorientação... O caso é bastante pior quando alguém já se encontra na fila se esquece de comprar o dentífrico que por sinal está a dois metros de distância... Como seria de esperar sai da fila e deixa lá o cesto das compras... Imediatamente é ultrapassado sendo que alguns mais experientes até movem o cesto de modo a dar a ideia de que a fila já estaria a correr a bom ritmo...

domingo, 13 de abril de 2008

Modas...


Actualmente sabemos que a moda se repercute nas diversas situações do nosso dia-a-dia, desde o monitor do desktop até ao relógio que usamos.

O que me espanta são os sitíos mais inesperados em que ela se manifesta! Noutro dia passei na secção da limpeza num hipermercado quando reparei que os baldes, vassouras e vassourinhas se agrupavam de acordo com o seu design, seguindo várias tendências de moda, desde os floreados que mandam na Primavera/Verão de 2008 até aos conjuntos mais sóbrios. Pode reconhecer-se ainda, uma mensagen encoberta que incita ao gosto pelas tarefas domésticas, associando-a a características agradáveis (acessórios fashions!).

Se pudesse quem gostaria de conhecer?


Uns responderiam Shakespeare, outros Dalai Lama... Eu não! Quero conhecer uma personagem televisiva, a Olga Dias, mãe de Nuno, Vera e Carlos na série V dos Morangos com Açúcar. Esta senhora representa um ícone da mulher moderna, é abandonada pelo marido, fica desempregada e consegue sustentar uma casa e três filhos com o parco subsídio de desemprego! Milagre, qualquer dia começa a dar testemunhos reais em grandes programas informativos como as Tardes da Júlia ou a Tertúlia cor-de-rosa! Aliás, cheira-me a que esta senhora vá ser condecorada por ocasião do 5 de Junho!

Novelas..


Tenho reparado num facto que se repete em todas as telenovelas, é um facto desconcertante sem dúvida. Não falo do típico fosso entre ricos e pobres nem nos pormenores um tanto ou quanto irreais...

Eu conscienciaizei-me de que os ricos deixam sempre as luzes de casa acesas e de que os pobres são os únicos que vêem televisão. Ora isto parece-me coisa para desconfiar, será que os pobres também não têem direito a deixar uma vez por outra as luzes acesas? Supostamente, os ricos, detentores de mais informação estariam mais atentos às questões da poupança energética. Será que os ricos nunca vêem televisão? Nem os documentários da BBC ou da National Geographic?

Cá para mim isto não passa para além de um atestado de estupidez!

sábado, 12 de abril de 2008

A estupidificação massiva...


O nascimento da Sic (em 1992) veio rivalizar com a RTP, assim, havia que inventar algo que concorresse com a já bem instalada televisão pública. É assim que se dá início à já esquecida arma de estupidificação massiva em Portugal. O seu nome curto e conciso não faz juz ao seu poder nem à sua capacidade de iludir tudo e todos, o famosíssimo DOT!


Para quem ainda se lembra, este pequeno círculo com diâmetro de cerca de três centímetros que se colocava no canto superior direito do televisor posicionado sobre um ponto vermelho existente na emissão, possuía uma "importante película" com propriedades que permitiam a sua validação ou não. Esse Dot era oferta de várias revistas e quando validado estaria em condições de ser enviado para entrar em diversos sorteios! As cláusulas que circundavam esse concurso abuliam o zapping (se o inocente espectador mudasse de canal o tal Dot seria automaticamente invalidado) bem como nos obrigavam a ver os programas que o Sr. Sic escolhia! Foi, quem sabe, das mais singelas armas anti-democráticas na Tv!


Há uma coisa que não entendo, se os adultos (a maioria) munidos de um pensamento mais avançado (estádio das operações formais segundo Piaget e que nem todos atingem) não puseram em causa a veracidade de tal estratégia de marketing, as crianças e jovens (ainda a percorrer as várias etapas do dsenvolvimento) por seu lado apresentavam várias atitudes de apreensão (felizmente!) perante tal objecto. Senão pensemos, quantos Dots não terão sido desfeitos pelas crianças ávidas de saber e de espírito científico, quantas perguntas pertinentes não terão sido feitas e repentinamente ignoradas pelos adultos e quantas violações destas cláusulas não terão sido efectivadas?


Este estratagema veio dar uma falsa ideia de interactividade e de poder dos indivíduos já que mecanicamente colavam pseudo-cículos-fotossensíveis no televisor, aguardando a sua participação em sorteios. Este círculo vicioso ao mesmo tempo que destruía a concorrência (proibindo o zapping), promovia certos programas (nem todos os programas da emissão tinham direito a Dot), aumentava a venda de algumas publicações da imprensa (as revistas que ofereciam o Dot) bem como popularizava a recém-criada estação!


E assim, rapidamente se instalou a febre do Dot!

Época das trevas


Ora eu sei bem que o oralidade se bem utilizada pode disfarçar certas posições mais polémicas! Isto é, se eu veicular uma ideia polémica através de conceitos elaborados irei camuflá-la e provavelmente não será tão agressiva ao receptor da mensagem.


Será interessante reparar no exemplo seguinte: "Lisboa, 11 Abr (Lusa) - O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que será aprovado na próxima semana o Plano Nacional para a Eficiência Energética com o objectivo de reduzir o consumo em dez por cento até 2015." (fonte: http://www.sapo.pt/ ). O que quererá o cidadão em causa dizer? O mais despercebido iria pensar que esta atitude constituiria uma mais valia para Portugal enquanto que o mais atento remeteria a sua atenção para a proximidade de uma época das trevas. Então, para nos precavermos contra esta inevitabilidade seria importante: irmos aos sotãos dos nossos avós buscar os velhinhos candeiros a petróleo, improvisar salgadeiras porque frigoríficos irão passar à história e aproveitar o programa amb3e para nos livrarmos dos monos que funcionam a electricidade.


Esta estratégia constitui, igualmente, uma decisão relevante em termos nacionais dada a tendência para o envelhecimento da população. Assim, com a electricidade a ser cortada ao anoitecer, iríamos para a camita mais cedo e a taxa de natalidade decerto iria sofrer um importante incremento.


A taxa de criminalidade diminuiria dado que os notívagos iriam privar-se das suas incursões pelos bares e discotecas, não havendo, assim ninguém para assaltar. Finalmente, pela redução no uso de equipamentos electrónicos a taxa de doenças cancerígenas também sofreria um notável decréscimo.


Sem dúvida que podemos estabelecer um paralelismo entre a chamada Alta Idade Média que pode ser considerada época de trevas e de atraso cultural (resultante da decadência do Império Romano do Ocidente e das consequentes invasões bárbaras germânicas) com a actualidade, sendo que esse paralelismo será metafórico.


Notícia de última hora veicula que os velhinhos computadores 486 existentes nos diversos organismos públicos serão atirados para variados núcleos museológicos de modo a dar lugar ao papel e caneta inserindo-se esta decisão na tendência generalizada de poupança energética.

domingo, 6 de abril de 2008

Desporto das donas de casa!


Por vezes um fim-de-semana baseado no famosíssimo zapping leva-nos a explorar mundos nunca antes observados!

A Eurosport mais que outros canais desportivos, abarca uma complexidade brutal de modalidades desportivas. Se eu achava que já havia visto um pouco de tudo, acabei por descobrir algo simplesmente sublime, O Curling!

Sei que a lide doméstica pelas capacidades físicas que coloca em jogo é algo bastante exigente, quase uma modalidade olímpica! Não sabia, porém que se pode constituir como prova de preparação para uma competição desportiva.

Nesta modalidade, as vassouras e esfregonas são rainhas, conjugadas com o bloco de granito são um verdadeiro must desportivo! Se as verdadeiras donas de casa descobrem esta modalidade são capazes de destronar os mais exímios praticantes de Curling, eles que se cuidem!

Ora o mais estranho é que existem inúmeros praticantes masculinos! Não será estranho? Ver alguém que certamente não colaborará nas tarefas domésticas estar empenhadamente agarrado a uma esfregona com o objectivo de colocar o bloco de granito em jogo? Teria enorme aptência para uma carreira doméstica mas devido a estereótipos sociais não se assumiu?


quarta-feira, 2 de abril de 2008

Subliminar...



Simples coincidência ou obra do demo? Parece-me mais que isso... Coisa que mais nenhum jornal consegue, nem mesmo o Correio da Manhã! Até a venda de jornais recorre a perigosas estratégias psicológicas de modo a captar a atenção mesmo dos mais desprevenidos! Capta-se a emoção, especula-se e encena-se o drama! Eis o espetáculo armado, puro cenário macabro relatando insólitos com maior intensidade emocional! Que se viva o que é alheio, que se chore pela desgraça anónima, que se manipule a massa leitora e que se arrebatem corações!

terça-feira, 1 de abril de 2008

O novo ouro negro!


Primeiro eram os biocombustíveis, agora parece-me que ao cruzarmos-nos com um qualquer veículo motorizado iremos sentir o cheiro a café acabado de fazer. Não é óbvio? Os cereias e consequentemente o pão iriam aumentar devido à popularidade destes combustíveis amigos do ambiente (mas inimigos da carteira), sendo o aumento da bica só poderá estar associado a este fenómeno!

Qualquer dia vamos poupar na alimentação para poder andar comodamente nos veículos do futuro, mas que paradoxo! É a isto que a evolução nos levará? Ou serão os interesses de alguém associados às chamadas causas nobres?

Pelo que parece a especulação estará a transformar o café no ouro negro! Primeiro os cereais, agora o café, qual o próximo? Afinal estamos perante o sonho americano disfarçado! A tentativa de fazer riqueza de forma fácil e a qualquer custo!