sábado, 22 de agosto de 2009

Ócios...

Estar doente não é algo nada agradável para mim, acredito que não o seja para ninguém exceptuando os hipocondríacos e portadores de Munchausen. Ora bem, como não sou nem uma coisa nem outra sinto-me fortemente irritada por estar parada no mesmo sítio sem poder fazer nada.
Nada de esforços, exercícios, levando uma vida leve e tranquila, provocando uma terrível exacerbação do meu estado irritativo.
Sim porque por mais afectada que esteja este cérebro não pára, não desliga, há muito que não tem férias por mais que queira!
Estranhamente dou comigo com o cérebro a 100 à hora a pensar no que poderei fazer, no que poderei aprender e como será possível melhorar-me.
Talvez por causa de ser demasiado exigente, crítica e ambiciosa. Sim porque volta e meia o caro namorado faz questão de relembrar-me deste meu desassossego e o comparar com a calma e despreocupação de outros menos afortunados (segundo a minha perspectiva, claro!). Digo isto porque o conceito de felicidade e qualidade de vida nunca foi consensual. Talvez aqueles que têm um baixo rendimento, com fracas qualificações académicas se sintam mais felizes que uma pessoa que aufira um bom rendimento mensal. E as especulações poderiam continuar por aí adiante.
Mas voltando à questão da incapacidade temporária. Esta breve situação de doente até que me traz alguns benefícios, isenta de tarefas domésticas e do seu planeamento, gozo do poder do ócio e da preguiça. Futilidades às quais raramente me entrego e que tão bem melhoram a qualidade de vida.
Sim porque se repararmos o stress, materializado na sensação de falta de tempo, catalisa de tal forma a nossa energia até à exaustão. Sim, porque eu imagino o corpo humano quase como uma máquina, com um período de vida, quanto mais ela trabalhar, quanto maior for a carga a que estiver sujeita tanto menor será a sua durabilidade.
Portanto, o ócio talvez não devesse ser encarado como um dos pecados mortais mas sim como um importante impulso na nossa qualidade de vida.

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