No outro dia frequentava um daqueles típicos sítios (uma mercearia) que se situam no coração da cidade mas que parecem saídos de uma qualquer aldeia. Estavam lá uns velhos a falar com a dona que parecia fazer orelhas mocas! Porém, parece que esse facto ainda os fazia levantar mais a voz para que os clientes (e quiçá os transeuntes) os ouvissem. Eu acho que esses senhores tão sábios não deveriam estar a desperdiçar as suas ideias numa mercearia mas sim na Assembleia da República... Afinal de contas, encontravam-se a debater a situação social do nosso país, mais particularmente, o drama da pobreza. Acontece, que esses senhores, após efectuarem um estudo científico descobriram que não existem pobres em Portugal. Descobriram também que esse facto se deve ao extenso parquue automóvel existente, sendo que, e passo a citar, "eu vejo até nas aldeias todos têm 2 e 3 carros"... E eu pensei, o senhor que me diga onde mora que eu também quero dar conta desse fenómeno! E prosseguiu "e anda tudo para aí a ver televisão" e eu cá divaguei: então mas era o que ele deveria fazer, ver televisão, ler jornais, mandar o cérebro dele para a reciclagem (dúvido que aceitassem mas é bom tentar), enfim, porque vivemos na sociedade da informação e poderia ser que isso o ajudasse!
E por fim entre outras conclusões rematou "e andam para aí a comprar tudo do bom e do melhor!". Ora ninguém lhes prestava atenção... Mas fazem mal, porque parece que estas duas personagens pertencem a uma epidemia cujo o habitat se situa em sítios mais recônditos como mercearias ou tascas...
Eu cá se fosse a eles de tão inteligentes que são, doava o cérebro para investigação. Poderia ser que se desse um passo importante na compreensão de certas desordens!
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